O melhor livro deste século, segundo lista organizada pelo New York Times, é “A Amiga Genial”, o primeiro volume da Tetralogia Napolitana escrita por Elena Ferrante.
Ferrante ainda figura na lista com outras duas obras: em 92º lugar, com “Dias de Abandono”, e em 80º, com “História da Menina Perdida”, o quarto e último livro da Tetralogia Napolitana.
Dentre suas obras mais famosas estão: a Tetralogia Napolitana (formada pelos livros “A Amiga Genial”, “História do Novo Sobrenome”, “História de Quem Foge e de Quem Fica” e “História da Menina Perdida”), “A Vida Mentirosa dos Adultos”, “Um Amor Incômodo”, “A Filha Perdida”, “Dias de Abandono”, entre outros.
E embora a escritora italiana seja considerada por alguns uma das melhor autoras da atualidade, sua identidade segue envolta em mistério desde 1991, quando ela publicou seu primeiro romance: ninguém sabe quem é Elena Ferrante.
O mistério de Elena Ferrante
Com livros traduzidos para dezenas de idiomas e mais de 16 milhões de exemplares vendidos no mundo todo, a escritora usa o pseudônimo Elena Ferrante para publicar seus trabalhos, mas faz questão de permanecer no anonimato quanto a sua verdadeira identidade.
Nas raras entrevistas que concedeu à imprensa, sempre por e-mail, se recusa a tratar do tema.
Há alguns indícios que permitem reduzir as possibilidades. Elena Ferrante provavelmente é uma mulher, ou pelo menos se refere a si mesma dessa maneira e escolhe tratar o tema da experiência feminina no mundo em quase todas as suas obras.
Na obra de não-ficção “Frantumaglia: Os caminhos de uma escritora”, a própria Ferrante fornece algumas pistas sobre si mesma e explica sua decisão de permanecer anônima: “Eu acredito que os livros não precisam dos seus autores para nada, depois de escritos. Se tiverem alguma coisa para contar, mais cedo ou mais tarde encontrarão leitores; se não, não.”
Neste livro, ela também confirma ser filha de uma costureira de Nápoles, na Itália — onde se passam os mais de 60 anos de história retratados na Tetralogia Napolitana.
Suspeitas
Em 2016, um jornalista investigativo italiano chamado Claudio Gatti alegou ter desmascarado Elena Ferrante e publicou um artigo afirmando que a tradutora italiana Anita Raja seria a mulher por trás do pseudônimo.
O jornalista teria chegado a essa conclusão após perceber um aumento no número de transações bancárias para Raja feitas pela editora Edizioni e/o, a mesma que publica as obras de Ferrante, na época em que a escritora começou a fazer sucesso.
Outros ainda foram além e disseram que a pessoa por trás do pseudônimo seria o escritor Domenico Sartore, marido de Raja. Ou que o casal escreveria as obras em conjunto.
Essas afirmações foram negadas, tanto por Raja, como por Sartore, como pela própria Elena Ferrante — por escrito, é claro.
As mulheres no centro da obra de Ferrante
Os fãs de Ferrante afirmam que, quem quer que esteja por trás desse pseudônimo, não poderia ser um homem.
As relações entre mulheres estão no centro de todas as obras de Ferrante. A maternidade, sem romantização, mas com nuances e complexidade, também aparece frequentemente em seus livros.
E as protagonistas — sempre femininas — da Tetralogia Napolitana, de “A Filha Perdida”, de “A Vida Mentirosa dos Adultos” e seus outros sucessos são complexas, com questões existenciais e emocionais profundas, contradições, defeitos e qualidades.
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