O vereador Hamilton Assis (PSOL) afirmou que a greve dos professores da rede municipal de Salvador, deflagrada na última terça-feira (06), é resultado da negligência do prefeito Bruno Reis (DEM). Em entrevista, o parlamentar criticou a proposta de reajuste de apenas 4% no salário da categoria, dividido em duas parcelas, e destacou o descumprimento da Lei do Piso do Magistério (Lei nº 11.738/2008). “Bruno Reis se nega a dialogar e cumprir a lei, ignorando anos de defasagem salarial e más condições de trabalho”, afirmou Assis.
Assis revelou que, junto ao deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), protocolou uma representação no Tribunal de Contas do Município (TCM) e no Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra o descumprimento da lei federal. No entanto, até o momento, os órgãos não se manifestaram. O vereador também citou o Projeto de Indicação nº 129/2025, que pede o pagamento integral do piso nacional aos docentes, mas destacou a falta de avanço nas negociações com a prefeitura. “As famílias apoiam a greve porque entendem que é uma luta por direitos básicos”, disse.
O parlamentar ressaltou que a Despesa Total com Pessoal do Executivo Municipal (32,37% da Receita Corrente Líquida) está abaixo do limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal, descartando a justificativa de falta de recursos. “Isso é sobre vontade política, não orçamento. Salvador poderia até solicitar complementação federal, mas prefere ignorar os professores”, afirmou. Ele também cobrou melhorias estruturais, como acessibilidade e auxiliares de sala, além do reajuste digno.
A paralisação, que não tem data para terminar, reflete o desgaste após meses de tentativas frustradas de diálogo. Assis reforçou que a categoria não aceitará “migalhas” e exige o cumprimento da lei. “Piso salarial é reparação histórica. Enquanto o prefeito não encarar isso com seriedade, a educação em Salvador seguirá em crise”, concluiu.