O endereço é emblemático: rua Chile, em frente a Praça Castro Alves e a Baía de Todos os Santos, ao lado do cine Glauber Rocha e da estátua que homenageia Dodô e Osmar, dupla de músicos baianos responsáveis pela criação do trio elétrico e da guitarra havaiana. As menções históricas vão além: o Fasano Salvador ocupa um prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) como Bem Cultural da Bahia e onde abrigou, por 45 anos, a primeira sede do jornal A Tarde. Foi aí que o Fasano abriu, no dia 15 de dezembro, as portas do primeiro hotel da rede no Nordeste.
Por ser tombado, foi necessário manter algumas características originais do edifício na sua reforma, o que só contribuiu para a belíssimo resultado final. No lobby, por exemplo, o piso e o revestimento das paredes são da época. Já o interior, além de ostentar todo o refinamento e elegância da marca Fasano, há elementos que mantém viva a história do prédio, que é da década de 1930, como as madeiras escuras das paredes, que remetem ao Jacarandá, natural da Bahia. O azul é o tom predominante na decoração. Não à toa: o apartamento 106, antiga sala da presidência do jornal, conservou o piso de taco, os painéis de jacarandá originais, os adornos de gesso e a cor das paredes, um azul bem clarinho. Foi daí que surgiu a inspiração para que o tom colorisse outras paredes, azulejos, tapetes, tecidos, cerâmicas e mais uma infinidade de detalhes charmosos. Ao todo são 11 andares que somam 70 quartos divididos em 5 categorias. As diárias começam em R$ 1.050.
Lá do alto, no último andar, está a piscina com vista total para a Baía de Todos os Santos, um dos cartões postais de Salvador. Há também um deck de madeira, bar, academia e o Spa, com tratamentos assinados pela massoterapeuta e terapeuta holística Fabrícia Nogueira. Massagem relaxante, reflexologia, drenagem modeladora e etc são alguns dos serviços, todos pagos à parte.
À mesa
Aqui, a experiência começa na decoração. Há obras feitas pelas mãos de artistas baianos e fotografias de Dorival Caymmi e Jorge Amado, musico e escritor que fizeram história na Bahia, levaram o nome do Estado para além-mar e consagram sua vida cultural e social como poucos. Essa pequena exposição te convida a admirar, fotografar e querer saber mais sobre esse arsenal de sotaque baiano. Os detalhes também são repletos de riqueza: as paredes, por exemplo, têm revestimento em palha de bananeira e antigas peças de fabricação de açúcar foram transformas em lustres.
Nos pratos, por fim, serve-se a já clássica gastronomia do Restaurante Fasano, que leva a assinatura do restaurateur Rogério Fasano. O cardápio tem clássicos italianos, como a costeleta à milanesa, o ossobuco de vitela com vinho branco e ervas e o espaguete à carbonara. Além deles, há pratos baianos, claro, assinados pela chef Tereza Paim, também dona do Casa de Tereza, restaurante indispensável no Rio Vermelho. Para refeições mais reservadas, há a adega climatizada, de acesso fácil: através de uma escada metálica em caracol original da construção. Se você não for hóspede e quiser degustar das refeições, é livre. O café da manhã tem preço fixo: R$ 78 por pessoa.