Edilene Alves, dançarina e coreógrafa de Léo Santana há mais de 15 anos, comenta para nossa equipe do Alvo dos famosos sobre os desafios enfrentados por profissionais negros na dança. “Eu entendo o prestígio desse lugar, a visibilidade por estar no cargo de confiança de coreógrafa de um dos maiores artistas do Brasil. Vejo isso como missão, abrindo portas para jovens que têm o mesmo perfil que o meu e que enfrentam muita dificuldade em entrar no mercado, ainda mais quando se fala de arte. Mesmo com toda a modernidade e informação, é tudo muito difícil para a população de pele preta. É um trabalho de formiguinha.”, comentou.
A desigualdade é uma questão constante para Edilene, que busca abrir caminhos para outros profissionais. “Eu trago os meus, abro portas, porque sei que, se eu não fizer isso, é ainda mais difícil. Vejo o preenchimento de vagas muito desequilibrado. Muitas vezes, quem ocupa uma vaga não tem a entrega ideal, mas tem o perfil padrão europeu e, por isso, está ali.”, diz Edilene.
Nas redes sociais, Edilene percebe uma diferença de engajamento entre profissionais negros e brancos. “A maioria das coreógrafas pretas como eu, Ariele (coreógrafa de Anitta), Flávia Lima (Gloria Groove) e Luciana Costa (Xanddy de Harmonia) têm presença forte nas redes. Mas nossos números são bem menores do que os de profissionais de pele clara, que às vezes têm uma entrega muito menor ou menos tempo de carreira.”
Para Edilene, o verdadeiro “topo” será alcançado quando houver equilíbrio no mercado de trabalho. “O topo pra mim é quando tudo for muito equilibrado. Enquanto estiver nessa missão, quero trazer os meus junto. Assim como eu tenho o reconhecimento, quero que essas pessoas também tenham. De onde eu venho, tem muita gente.”, finalizou.