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BANDA DIDÁ: 31 ANOS DE RESISTÊNCIA, EMPODERAMENTO E PERCUSSÃO FEMININA

Por: Alan Robert

Com mais de três décadas de história, a Didá se consolidou como um dos maiores símbolos de empoderamento feminino na música percussiva. Criada por Neguinho do Samba, a banda não apenas revolucionou o cenário do samba-reggae, mas também abriu caminho para que mulheres ocupassem um espaço antes dominado por homens. Além da música, o grupo mantém projetos sociais e educacionais que transformam vidas e fortalecem a identidade negra. Em entrevista ao Alvo dos Famosos, a Didá reflete sobre sua trajetória, os desafios que ainda enfrenta e a importância de preservar o legado de seu fundador.

Alvo dos Famosos: A banda Didá foi criada com o propósito de inserir mais mulheres no cenário da percussão. Como vocês avaliam a trajetória do grupo nesses 30 anos e quais desafios ainda persistem?

Ao longo de 31 anos, transformamos o cenário da percussão feminina, quebrando barreiras em um ambiente predominantemente masculino. Apesar do sucesso, desafios como o financiamento contínuo e a luta contra o machismo ainda persistem.

Alvo dos Famosos: Neguinho do Samba idealizou a Didá para empoderar mulheres por meio da música. Como a banda mantém viva essa missão e qual o impacto do projeto na vida das integrantes?

Mantemos viva essa missão por meio de projetos educacionais e culturais que empoderam mulheres negras. Muitas integrantes relatam que a Didá mudou suas vidas, oferecendo oportunidades e fortalecendo sua autoestima.

Alvo dos Famosos: Ao longo da história, a Didá já tocou com grandes nomes da música brasileira e internacional. Qual colaboração ou momento foi mais marcante para o grupo?

Já tivemos a honra de tocar com artistas como Daniela Mercury, Shakira e Beyoncé. Um dos momentos mais marcantes foi a participação no clipe Me Gusta de Anitta e Cardi B, que trouxe reconhecimento internacional para a banda.

Alvo dos Famosos: A banda surgiu com o apoio do Olodum, mas enfrentou resistência para se consolidar como um projeto independente. Como vocês enxergam essa relação atualmente e a representatividade feminina no samba-reggae?

Nos consolidamos como um projeto independente, destacando a força feminina no samba-reggae. Neguinho do Samba foi o criador, mentor e oportunizador das mulheres nos tambores. Hoje, há respeito mútuo entre os projetos, mas seguimos como símbolo de representatividade feminina na música percussiva.

Alvo dos Famosos: A Didá não é apenas uma banda, mas também uma associação que promove atividades culturais e educacionais. Quais são os principais projetos sociais em andamento hoje?

Desenvolvemos cursos de percussão, dança, capoeira e atividades voltadas para crianças e mulheres, além de rodas de conversa sobre empoderamento feminino e negro.

Alvo dos Famosos: Participar do evento de Beyoncé em Salvador foi um marco na história da banda. Como foi para vocês tocar nesse evento e estar tão perto de uma artista que também inspira empoderamento feminino e identidade negra?

Foi uma experiência emocionante e inspiradora. Estar no palco, tão perto de Beyoncé, reforçou a nossa missão de empoderamento e celebrou a identidade negra. O evento nos deu visibilidade e nos conectou ainda mais com essa mensagem de força e resistência.

Alvo dos Famosos: Neguinho do Samba é o criador do samba-reggae. Quais as reivindicações sobre o legado dele?

Neguinho é amplamente reconhecido como o criador do samba-reggae, mas ainda há reivindicações para que seu legado seja mais valorizado. Queremos que sua história seja incluída nos currículos escolares e que ele receba homenagens públicas à altura de sua importância para a música brasileira.

Alvo dos Famosos: A força do tambor no mundo e o mestre Neguinho do Samba ainda não foram homenageados como deveriam. Nenhuma autoridade nomeou uma universidade, rua ou monumento em Salvador com seu nome. Vocês têm algum projeto sobre uma homenagem à altura?

Apesar de sua importância, ainda faltam homenagens oficiais para Neguinho do Samba. Temos planos de promover iniciativas que celebrem sua memória e sua contribuição cultural, buscando o reconhecimento que ele merece.

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